Em vez disso, a empresa, impulsionada por uma queda nas vendas de PCs e tentando correr atrás do prejuízo no mercado móvel, decidiu apostar tudo com a compra da divisão de telemóveis da Nokia e da sua divisão de patentes por 7,2 mil milhões de dólares, uma acção que provavelmente vai tornar a empresa de Redmond a única fabricante com aparelhos Windows Phone.
Para o analista independente de mercado Ben Thompson, que escreve no seu site Stratechery.com, esse foi o maior erro da empresa. “A tragédia no negócio é que penso que a Microsoft deve abandonar o Windows Phone”, diz. “A guerra acabou, e o iOS e o Android venceram. Seria muito melhor a Microsoft focar-se em servir e cooptar esses aparelhos, em vez de atirar partes promissoras do seu negócio por uma plataforma que nunca vai descolar”.
Outros especialistas concordam com a opinião de Thompson. “A minha reacção inicial, como muitas outras pessoas, foi de que isso não muda nada”, aponta o analista da Enders Analysis, Benedict Evans, sobre a compra da Nokia. “O Windows Phone está indo mal por causa de um clássico ciclo vicioso: os consumidores não vão comprá-lo porque tem poucas aplicações e os desenvolvedores não vão criar apps porque o sistema tem poucos utilizadores”.
Tanto Thompson quanto Evans apontam que, com a compra da Nokia pela Microsoft – a fabricante finlandesa é responsável por 84% de todas as vendas do Windows Phone –, outras fabricantes simplesmente vão abandonar o Windows Phone para se focarem totalmente no Android. “O simples facto de a Microsoft comprar a Nokia não vai mudar as vendas do Windows Phone. Se houver qualquer coisa, vai diminui-las, uma vez que pode fazer com que outras fabricantes abandonem o sistema completamente”, afirma Evans.
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